Dura memória de Pássaro.




 Foto: Internet





 O vazio cheio de perguntas e respostas que de tão sóbrias causam mais perguntas.
Ah! É que o planeta é Terra e a sociedade que rege é anônima para muitos, respostas que não matam minha fome, perguntas que não saciam meus porquês. Mania de dar nomes a tudo, pra quê tudo isso? É verdade que você precisa disso? Pare de perguntar a todos e pergunte a si próprio, olhe-se no espelho e não se assuste com meus gritos, seus olhos continuam vazios e isso sim é motivo para medo...
Não me lembro. Não me lembre; aquela construção quando não existia deveras seria mais bela quando apenas desenho, e no lugar daquela arvore porque tijolos? Pra que arvore? Porque Terra e não Vênus ou Marte? Porque aqui e assim? Sei que não preciso, mas e se eu quisesse pelo menos por um instante voar? Precisaria me esquecer da impossibilidade pra que não limite minhas capacidades. Mas não consigo esquecer que eles precisam de limites pra viver e se considerarem superiores... Quero morrer no ar
estar morta quando meu corpo encostar-se a terra provando, não a eles, que os limites não existem!
... Vi o branco pensei que fossem nuvens, as vozes: Voa! Voa!
Sshhhhh
Fixei os pés e não consegui abrir os braços, as vozes: Foco! Foco!
Sshhhhh
Vi um anjo veio até mim e injetou a verdade. Abri os olhos, ainda havia o branco acochado e um nó forte prendia meus braços na camisa-de-força...
... Não me lembro, mas sei que posso voar!

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